segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Os motivos que me levaram a fazer o blog

Primeiramente, gostaria de me apresentar. Vou me autodenominar "Curiosa", já que é esse o sentimento que me impulsiona aos Concursos Públicos da vida: curiosidade.

Em segundo lugar, resumindo todo o resto, sou formada em direito, devidamente aprovada no Exame de Ordem dos Advogados do Brasil e inscrita na Seccional São Paulo, atualmente sem emprego fixo e atuando ou atuado (mediocremente) em algumas demandas jurídicas.

Comecei minha pós-graduação em direito tributário e finalizei apenas um semestre: Paulo de Barros de Carvalho não é uma doutrina que me fez acreditar no futuro acadêmico na área de tributos, sinceramente. Prefiro ficar na superficialidade de temas menos complexos do que o 'mínimo deôntico' que ele usa tanto...

Como eu não sabia o que fazer da vida, ou seja, se tentaria um escritório de advocacia próprio, se mandava mais currículos para vagas de advogada para contencioso de massa (porque parece que só isso que existe hoje em dia) ou se largava tudo e virava hippie, decidi que prestar concursos seria uma saída, ou seja, é a minha última alternativa.

De todo modo, não posso reclamar da vida: não tenho filhos, moro com minha mãe apenas e se for bem econômica poderei me dedicar a vida de 'concurseira' (termo terrível e indecifrável até o momento) sem causar grandes prejuízos à vida financeira doméstica, ou seja, já tenho aí uma ampla possibilidade de me dedicar mais do que o normal.

Em segundo lugar, não menos importante, não sou uma pessoa que toma grandes decisões na vida, mas, quando decido alguma coisa do fundo do coração, torna-se meu objetivo imediato e como tal, tenho que alcançá-lo, nem que para isso tenha que viver 24 horas respirando sobre determinando assunto.

Quando estava na faculdade, desde o primeiro ano me dediquei a primeira fase da OAB e nunca perdi o foco, todas as provas de Exame eram feitas e nunca chegava a 50 pontos. Sempre fiz apenas me preparando, sem qualquer medo de passar ou não. Era uma amostragem, simplesmente. No momento que fui decidida a prestar, não fiz nenhum cursinho preparatório, fui na raça e na coragem. Passei com 60 pontos. Como não havia pensado na segunda fase, fiz cursinho achando que nos livros encontraria todas as respostas e a petição seria fácil, reprovada.

Aprendi com o meu erro que nunca devemos subestimar uma prova e acima de tudo, não devemos encarar um desafio com desdém. Mexe com o nosso orgulho.

Na segunda vez que prestei a OAB, passei na primeira fase novamente sem nenhum cursinho, 62 pontos; na segunda fase, estudei mais ainda e sabia como funcionava e dessa vez não poderia dar chance ao azar, teria que me esforçar ao máximo: passei com larga vantagem da média de aprovação, ou seja, quando se respeita uma prova do modo que deve ser respeitada, você é aprovada!

Sendo assim, é muito provável que embarque nessa 'onda de concursos públicos' com muita dedicação, esforço e estudos. Sempre adorei estudar, agora vou canalizar minha energia em alguma coisa. "CONCURSO PÚBLICO não é fácil". Todo mundo diz. Ok. MAS NÃO É IMPOSSÍVEL.

Logo, o que pretendo nesse blog é compartilhar experiências, cujo princípio se dá agora:

(3) Concursos estão abertos e despertaram o meu interesse. (2) eu já fiz inscrição; (1) estou aguardando a abertura das inscrições; (2) vagas para a Receita Federal; (1) CESP.

Esses concursos serão chamados de "Ponto Inicial", ou seja, a partir deles que começarei a entender qual é o processo mental que adotarei para planejar o que quer que seja relacionado à concurso público, e sempre tenha em mente (você perdido que está lendo): eu nunca prestei nenhum concurso público!

Alguns poderão dizer: "Mas passar na OAB já é um começo, tendo em vista a dificuldade que é ser aprovado." Ledo engano.

A OAB passa todo mundo que chegar a 50 pontos na prova objetiva e média superior a 6 pontos na prova prática, ou seja, quanto mais gente chegar a essa pontuação, mais advogados no mercado de trabalho. Concurso público é o inverso. Quanto mais pessoas prestarem concursos, maiores são as médias a serem obtidas e não tem a possibilidade de usar a nota de corte como parâmetro. O céu é o limite. Gabaritar a prova é o objetivo.

Ainda, vou me familiarizar com os termos que são adotados pela 'comunidade de concurseiros' por aí, as escolas preparatórias que estão a todo vapor criando cursos e mais cursos para esse nicho de mercado, livros e apostilas e porque não dizer, aprofundar meus conhecimentos e compartilhar com pessoas que estão entrando nessa 'onda de concursos' pela primeira vez. Todo mundo na vida tem a sua primeira experiência, e a minha, pode-se por assim dizer, está à caminho.

Eu estou tão apavorada com essa decisão, que a minha insônia está gritando. São 8:26 da manhã e a minha vontade é ficar aqui desabafando até que algum sono venha me derrubar, mas é impossível disso acontecer quando o cérebro está fervilhando. É algo tão absolutamente novo e contraditório a tudo que eu disse a mim mesma a respeito do meu futuro profissional, que isso me assusta. Devo a mim mesma duas frases:

(1a.) Nunca diga nunca. (clichê e piegas)

(2a.) Só se chega a algum lugar aquele que sabe aonde quer chegar. (verdade absoluta)

Esclarecendo: "Eu nunca vou prestar concurso. Eu acho uma roubalheira e ainda por cima é um absurdo - 800 pessoas concorrendo a uma vaga." e "Eu não sei o que eu quero. Eu só sei o que eu não quero e isso quer dizer: concurso público."

Por esse caminho, meu cérebro vai ter que engolir: "Concurso público é concorrência, é disputa, é estar entre 800 pessoas e ser o único a passar" - dessa forma ele compreende bem, sou uma pessoa competitiva, ainda, "Se não sabe o que quer, ou o que fazer, faça alguma coisa, só não fique sem fazer nada. Concurso público é para aqueles que não sabem o que fazer e tem uma alternativa, afinal, qualquer alternativa é viável desde que passe" - é o meu raciocínio.

A não ser que você nasceu dizendo que ao crescer gostaria de ser servidor público, a maioria só está nessa onda de concursos porque não encontra outra alternativa. Infelizmente, o Estado nunca foi considerado, para mim, o melhor patrão. Ele não era a minha alternativa.

Agora que é: Estado, vai arrumando um lugarzinho para mim, porque eu estou chegando.

Assim, vou concluindo meu raciocínio dessa forma: "A competição está iniciada. Mais uma que entra na arena para tentar matar um leão por dia".

O meu leão já tem nome: "Eu mesma".

Tenho que vencer o meu derrotismo, o medo e a insegurança que é inerente a qualquer um que inicia um novo projeto de vida e começar a encarar o fato de frente: concurso público, aqui vou eu.

E vamos dormir, porque o dia será cheio de ensinamentos...

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